sábado, 21 de agosto de 2010

Novidades Velhas


O dia das eleições estava marcado para dali a dois meses e, obviamente, as campanhas políticas deram início. Era fácil encontrar panfletos e cédulas em qualquer esquina. O difícil mesmo era saber quem dos candidatos seriam os melhores para representar os estados e a nação.

Como de costume, havia personalidades de todo os tipos concorrendo aos cargos políticos: professores, médicos, funcionários públicos, metalúrgicos, feirantes, as frutas, cantores, atores e outros profissionais de áreas nada relacionadas à política. Também de costume, eles ocupavam mais de cinquenta minutos do horário nobre do rádio e da tevê para expor suas propostas. A novidade da vez foi que as personagens dos livros infantis resolveram participar dessa instigante disputa.

Para deputadas estaduais, concorriam as princesas: Branca de Neve, Cinderela, Bela Adormecida e Rapunzel. Para deputados federais, seus esposos: Príncipe Encantado I, Príncipe Encantado II, Príncipe Encantado III e Príncipe Encantado IV.

Escolher os senadores tornou-se um franco suplícyo. Figuras de garra competiam: Gato de Botas, Fera, Rei Leão e Lobo Mau. Mas também gente pequena, mas com um talento gigantesco: Pequeno Príncipe, Peter Pan e Chapeuzinho Vermelho.

Já para governador, houve uma verdadeira alckimia. Os candidatos que mais se destacavam, cada um em seu respectivo estado, eram: Saci Pererê, Mula Sem Cabeça, Sereia Iara, Boto Rosa e Boitatá.

Dilma coisa, não se teve dúvidas: para ocupar o posto principal, federalmente falando, o país dava gritos de ogro: "Shrek para presidente da república!" Obviamente, a Fiona se tornaria a primeira-dama, e o Burro seria o vice-presidente.

O inesperado veio com a apuração das urnas. Todas as personagens foram eleitas e demonstraram estar dispostas a transformar a pátria num conto de fadas. Será mesmo que, se nenhuma maçã envenenada ou agulha enfeitiçada atrapalhar, esse fantástico mandato deixará os habitantes felizes para sempre?

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