Corro só, socorro!
Só corro porque preciso atravessar
o horizonte.
Olho adiante, mas não o encontro.
Na linha do horizonte,
meu futuro se perdeu.
Acelero os passos para
localizá-lo,
pois sem ele não há sentido.
Norte e sul se omitem do presente.
Quanto mais me adentro no
horizonte,
mais tenho a sensação de perto e
longe
como uma coisa única.
Uma aproximação longínqua.
Um afastamento próximo.
Olho adiante, de repente não os
encontro.
Nem mesmo o próprio horizonte.
Percebo o futuro que virou
passado.
Vírgula transformada em
reticências.
Fator transformado em produto.
O presente se esgotou.
Sinto tanto, tonto me sinto
na montanha do nada.
Nadei com pressa na correnteza.
Corri sozinho e agora
caminho no morro.
Morro no caminho.
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